Foco na Saúde destaca a diferença entre CAIS, CIAMS e UPA

Falta de conhecimento do fluxo de atendimento do SUS e cultura de buscar pela emergência como primeira opção sobrecarregam o sistema

A TV Brasil Central exibiu no O Mundo em sua Casa desta terça-feira (11) a segunda matéria da série de reportagens que tem como objetivo explicar como funcionam os atendimentos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), o maior sistema público de saúde do mundo. Para funcionar bem, de forma integral e gratuita, um sistema desta complexidade precisa ser organizado em diferentes níveis de atenção e assistência à saúde. A matéria veiculada mostrou a diferença entre CAIS, CIAMS e UPA.

Cada tipo de unidade de saúde tem uma função. Os Centros de Atenção Integral em Saúde (CAIS) e os Centros de Assistência Integrada Médico-Sanitárias (CIAMS) têm por finalidade, durante 24 horas por dia, prestar atendimento resolutivo aos pacientes que apresentam quadros agudos e crônicos de alguma intercorrência crônica. O CIAMS oferece consultas com clínico geral, genecologia, cardiologia, urologia, além do atendimento de urgência e emergência. O CAIS presta o serviço ambulatorial especializado e urgência e emergência.

A Unidade de Pronto Atendimento (UPA) é uma estrutura de complexidade intermediária entre a UBS e a porta de urgência hospitalar. É responsável pelo atendimento de urgência e emergência, 24 horas por dia, sete dias na semana. Além de ajudar a diminuir as filas nos prontos-socorros dos hospitais, é opção de assistência de saúde nos feriados e finais de semana, quando a UBS está fechada. A gestão das UPAs prevê financiamento com recursos dos governos federal, estadual e municipal.

Na capital, são 15 unidades que atendem 24 horas. Segundo a diretora de Atenção Secundária e Urgência e Emergência do Município de Goiânia, Janaynna Rodrigues, 85% das pessoas que procuram o CAIS ou UPA poderiam ser atendidos por uma Unidade Básica de Saúde (UBS). “O usuário que precisa de atendimento da rede básica deve procurar a da sua região para que as unidades de urgência e emergência trabalhem com o perfil de urgência e emergência para não sobrecarregar e lotar as unidades”, explicou.

Classificação

Goiânia ultrapassou 1 milhão de atendimentos no SUS em 2022. O acolhimento e a triagem classificatória de risco, realizada por profissional de saúde, visa diminuir o tempo de espera e, consequentemente, o risco de agravamento do caso do paciente. A classificação azul é caracterizada por quadro crônico sem sofrimento.

O usuário deverá ser encaminhado pelo Serviço Social para a sua UBS de referência. Se desejar, poderá esperar por atendimento após todos os pacientes classificados como vermelho, amarelo e verde. A classificação verde não possui risco de morte eminente, já a amarela é de emergência, com prioridade sobre os pacientes classificados como verde. O usuário que recebe classificação vermelha deve ser atendido imediatamente, sem qualquer tempo de espera.

Enquanto os CAIS ficam lotados, sobram vagas nas UBS, muito pela falta de informação e pela cultura de procurar uma unidade de urgência e emergência. Por isso, a Secretaria Municipal de Saúde está com um projeto para conscientizar a população. “Todo paciente que for classificado com a ficha azul, contrarreferenciar para uma unidade da atenção primária da região. O paciente que for classificado com a ficha verde, ser atendido pelo nosso profissional, mas já sair com uma consulta agendada para a continuidade do tratamento”, orientou Janaynna. A diretora explicou ainda que “muitas vezes a reclamação do usuário é mediante a classificação dele. Se for menos urgente, os que forem classificados urgentes serão atendidos primeiro”.

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