Economista analisa a inflação em alta que já estamos experimentando

Para Danilo Orsida, vários são os fatores que contribuem para isso e entre eles estão as questões do mercado, a sazonalidade dos produtos e a desvalorização cambial

A inflação alta que o país está novamente começando a experimentar causa muitos transtornos às maiores parcelas da população, os menos favorecidos, que vivem do salário e não conseguem poupar. Este tema motivou hoje, 10, a entrevista do economista Danilo Orsida ao programa o Mundo em Sua Casa, das rádios Brasil Central AM e RBC FM, visto que a inflação em Goiânia, mês passado, foi a mais alta nos últimos 12 anos, segundo levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), responsável por levantar o Índice Nacional de Preços ao Consumidor  Amplo (IPCA), ficando em 0,79%, puxada principalmente pela alta nos preços de combustíveis e carnes.

De acordo com Danilo, com a alta dos preços, o orçamento doméstico do cidadão comum, “aquele que sobrevive com um, dois salários mínimos acaba comprometido, uma vez que a disparada de preços e os reajustes nem sempre equivalem com o reajuste do salário mínimo”. Deu o exemplo dos combustíveis, que tiveram um reajuste de 18%, neste período, muito acime do reajuste do salário mínimo que o brasileiro teve no início do ano. Segundo ele, um dos fatores é a questão cambial, o menor valor do real frente ao dólar, que é a moeda que baliza o mercado de combustíveis, entre outros fatores.

Há também, segundo ele, a sazonalidade, que depende de fatores de mercado. “Tivemos há pouco tempo uma disparada no preço do arroz e isso pesa na vida do cidadão médio. Itens de alimentação e combustíveis precisam de uma atenção especial de uma desoneração” observou, acrescentando a explicação do mercado do México, que se abriu para a exportação do arroz brasileiro, o que não ocorria antes. “A maior exportação aumentou a demanda interna, o que acabou pressionando o preço. O cenário é parecido também com o da carne. É aí que entra a questão cambial, com o aumento do valor da moeda estrangeira, ocorrendo o incentivo à exportação e a consequente redução da oferta desses produtos no mercado interno.

Para ele, é difícil prever o que pode vir pela frente e um dos caminhos passa pela desoneração dos preços dos itens essenciais. “Tem isso em pauta na reforma tributária, de redesenhar o sistema tributário, que desonere a tributação em cima do consumo”, afirmou.

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