Infectologista avalia ideia de aplicação da terceira dose da vacina contra Covid-19

Médico Marcelo Daher afirma que realização de estudos é importante, mas ainda é cedo para definir se toda a população vai precisar de dose extra ou apenas alguns grupos

O médico infectologista Marcelo Daher disse hoje, 20, em entrevista ao programa O Mundo em Sua Casa, que as avaliações e pesquisas sobre a necessidade de aplicar a terceira dose da vacina contra Covid-19 são bem-vindas, mas, principalmente no Brasil, ainda não é o momento de definir medidas sobre a questão, até porque o processo de vacinação está atrasado e grande número de pessoas não recebeu nem a primeira dose.

Conforme disse, nos Estados Unidos a Pfizer anunciou a realização de estudos para saber se uma terceira dose será necessária, mas a medida é questionada por órgãos oficiais de controle de doenças e uso de medicamentos (CDC e FDA), por entender que ainda é precoce dizer se toda a toda a população precisará ser vacinada ou apenas alguns grupos. “No caso da Coronavac, cujo prevalência é menor que outras vacinas, alguns países já começam a desenvolver esses estudos e, neste caso, também no Brasil, a medida é importante para conhecer a necessidade da terceira dose”, afirmou ele. Esta semana, a Anvisa autorizou estudos para avaliar necessidade de aplicação de uma terceira dose vacina da AstraZeneca.

Quanto à vacinação no Brasil, o médico Marcelo Daher disse que é fundamental acelerar o processo porque quanto mais se demora imunizar, maior a possibilidade do surgimento de novas variantes, com repercussões negativas no controle da doença. A previsão do Ministério da Saúde é que em novembro 70% da população brasileira esteja imunizada com as duas doses. Marcelo Daher observou que, por este cronograma, configura-se um atraso de três meses no Plano Nacional de Imunização. “O ideal seria fazermos a vacinação mais rapidamente, evitando o aparecimento de novas variantes”, arrematou.

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