O DETRAN TEM HISTÓRIA!

Maria Célia da Barcelos Oliveira tem 61 anos, dos quais quase 40 foram vividos trabalhando no Departamento Estadual de Trânsito de Goiás (Detran-GO). Ao longo do tempo, o seu nome comprido foi carinhosamente substituído por simplesmente “Tia Célia”. O apelido carinhoso surgiu quando ela começou a trabalhar na creche da autarquia, que recentemente completou 30 anos de existência. “Quando a creche abriu, as monitoras eram chamadas de ‘tias’. Eu fui no embalo e até hoje amo ser chamada assim”, garante. 
Tia Célia trabalha no órgão desde agosto de 1983 e, graças a isso, criou suas duas filhas: Renata, fisioterapeuta de 32 anos, e Andressa, psicóloga de 28 anos. Hoje, além de mãe, ela também é avó de três meninos: Samuel, de oito anos; Augusto, de três anos; e Heitor, de um ano. Logo, logo a família vai aumentar porque Renata está esperando seu quarto filho. Em breve Tia Célia terá mais um netinho.
Antes de trabalhar na creche do Detran-GO Tia Célia foi do Protocolo Geral e da Gerência de Serviços Gerais por sete anos. Com tantos anos de casa, ela declara seu amor pelo órgão, “Quando comecei a trabalhar aqui, em 1983, era uma jovenzinha universitária, solteira, com tanta coisa a conquistar… Aqui fiz amizades que ficaram para a vida, amigas mais chegadas que irmãs. O Detran faz parte de minha história”, revela.
Inauguração da creche
Em 1990, Tia Célia participou dos trabalhos de inauguração da creche e se tornou parte fundamental da história do lugar. Ela conta que a iniciativa nasceu do anseio dos servidores do Detran que eram pais e necessitavam de um lugar para deixar seus filhos em segurança enquanto trabalhavam. Antes os funcionários levavam seus filhos para o Detran e as crianças eram cuidadas dentro das salas, às vezes dormiam embaixo da mesa”, lembra.
A criação do hoje Centro de Educação Infantil foi um marco na história da autarquia. O departamento foi pioneiro ao atender a demanda de seus servidores, uma vez que outros órgãos do Estado também não tinham creches. Tia Célia conta que o empenho da Chefe de Recursos Humanos, Marli da Graça, e da Chefe do Serviço Social, Rosinha de Aguiar, foi fundamental para a realização do sonho.
Além disso, ela relata que o esforço das funcionárias do Departamento de Planejamento e do Planejamento, Veralice e Marlene, também foi essencial. “Elas eram responsáveis por organizar toda a estrutura do Detran e, desde o início, defenderam a bandeira. Elas elaboraram todo o funcionamento da creche, desde a formação do quadro de funcionários – que conta com psicólogos, nutricionistas, cozinheiras – até a criação da horta”, conta. 
Tia Célia revela que antes da construção da creche, a diretoria buscou modelos em Goiânia para estruturá-la. “Construção, profissionais, estrutura, móveis, brinquedos, escolheram tudo de primeira linha. Inclusive todos os móveis – como berços, armários e mesas – foram confeccionados na marcenaria do órgão pelo Seu Domício e José Damasceno”, recorda.
Mudanças
 
Após a inauguração as mudanças não pararam. A creche foi reformada algumas vezes e construíram outros espaços como solariuns, playground e a “minicidade” que, em forma de brincadeira, educa as crianças sobre trânsito. “As reformas foram feitas e a creche toda preza pela acessibilidade e está dentro de padrões bem modernos de excelência”, exibe Tia Célia.
Hoje, o Centro de Educação Infantil (CEI) Fernanda Rei, funciona das 7 às 18 horas e atende 75 crianças na faixa etária de 6 meses a 5 anos e 11 meses, com Educação Infantil e Pré-escola. A creche funciona em dois turnos de trabalho e possui quatro turmas: berçário, infanto 1, infanto 2 e infanto 3. Durante a pandemia, os serviços precisaram ser suspensos.
Antes, o CEI se chamava Creche do Detran ou Creche Padrão 100. Tia Célia conta que a mudança de nome ocorreu como forma de homenagem a uma ex-aluna. 
“Depois da inauguração o então presidente me procurou pra nomear a creche, homenageando alguém que já tivesse falecido. Então veio à minha memória a Fernandinha. Foi algo muito emocionante. A Fernanda Cardoso dos Reis faleceu aos 3 anos, afogada em Caldas Novas. Ela era filha da servidora Lanna e frequentou a creche desde bebê. Fiquei feliz de poder prestar essa homenagem a ela”, afirma.
Além da lembrança de Fernandinha, Tia Célia carrega consigo muitas histórias das crianças que passaram pela creche. “Aqui tinha uma bebezinha linda, Raíssa, hoje com 13 anos. Nos apaixonamos uma pela outra. Ela fugia e engatinhava até minha sala para me procurar. Ela dizia ‘Teté’ pois não sabia dizer Tia Célia”, conta.
Apego aos pequenos
Tia Célia acompanhou de perto o desenvolvimento de dezenas de crianças e se orgulha de ter percebido talentos em várias delas. “As gêmeas Gabriela e Júlia, até hoje eu não sei quem é quem, pois são idênticas, numa delas percebi um dom para desenhar. Chamei a mãe e disse que esse dom deveria ser explorado. A menina continua desenhando até hoje e arrasa. A mãe me agradece por isso, pois tive a sensibilidade de perceber”, destaca.
O apego aos pequenos é fruto de muita dedicação e amor ao trabalho que realiza na creche. Mesmo podendo ter se aposentado em 2013, Tia Célia continua exercendo seu oficio com muito amor e só pretende sair da função aos 75 anos. 
“Na creche cresci muito,  aprendendo a ouvir as pessoas, administrar conflitos,  falar em público, ministrar cursos,  ser um pouco mãe de cada uma das minhas meninas-colaboradoras e exercitar paciência, a exercer o amor de Deus e todo meu lado maternal com muito amor pelas minhas crianças!”, ela conta. 
Mas nem só de trabalho é feita a vida da Tia Célia. Aos finais de semana ela gosta de ir para sua chácara tomar um ar puro e está sempre acompanhada dos netos. Além de mimá-los, Tia Célia adora fazer crochê e ler nos momentos de folga. “Leio muito, a Bíblia e livros, amo ler! Estou sempre estudando”, incentiva.

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