“Uso cápsulas de ômega 3. Está certo?”


você sabia?

por Fernanda Portes
 
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Coincidência ou não, a maioria das pessoas que iniciam um tratamento comigo já tem um pezinho na onda saudável. Alguns já fazem exercícios, outros comem frutas na hora do lanche e há ainda aqueles que comem farinhas naturebas ou tomam, por conta própria, algum suplemento alimentar ou cápsula de alguma coisa.

Nesse contexto, uma das coisas mais comuns entre essa turma é a ingestão de óleo de peixe, também conhecido como ômega 3. Geralmente tomam porque ouviram dizer que faz bem pra alguma coisa, raramente por recomendação profissional. Mas e aí, nutri, isso é um problema? Bem, comecemos entendendo o que é e para que serve o tal ômega 3.

Basicamente, ômega 3 é o nome do pedacinho pequeno de um certo tipo de gordura (também conhecido como um tipo de ácido graxo) que temos que ingerir em alimentos para ter boa saúde, pois nosso organismo não consegue produzi-lo. Existem três tipos principais de ácidos graxos ômega-3; ácido alfa-linolênico (ALA); ácido eicosapentaenoico (EPA) e ácido docosaexaenoico (DHA).

O problema é que não costumamos comer alimentos que têm esses tais ácidos graxos, tais como peixes, dentre os quais salmão, atum e bacalhau, truta do lago, sardinha, arenque e cavala (estes com principalmente EPA e DHA), e castanhas e óleos vegetais como de soja, girassol, milho e linhaça, que contêm o ALA. “Opa, nutri, óleo de soja eu uso.” Ok, o ALA até pode ser convertido em EPA e em DHA, que é o mais interessante para o organismo, mas ele é facilmente danificado pelo calor, luz e oxigênio.

Para piorar exageramos na dose de alimentos com ômega 6 (outro tipo de gordura que precisamos). Através do mesmo óleo de soja, ingerimos uma razão de ômega-3/ômega-6 em torno de 1:10 até 1:20, sendo que o ideal seria uma relação na alimentação de ômega-3/ômega-6 de 1:5. Resultado: a excessiva quantidade de ácidos graxos n-6 e a deficiência do n-3 na dieta aumentam o desenvolvimento das doenças crônicas.

O consumo de ômega 3 é sim muito essencial, pois ele desempenha funções biológicas importantes, como a formação da membrana celular, conferindo fluidez a ela e ao funcionamento do cérebro, retina, fígado, rins, glândulas suprarrenais, gônadas, à regulação da pressão arterial e à viscosidade do sangue.

Uma alimentação rica em fontes de ômega 3 beneficia na prevenção e até mesmo no tratamento de dislipidemias, obesidade, aterosclerose, diabetes mellitus, hipertensão, síndrome metabólica, doenças inflamatórias e doenças neurológicas. É capaz de reduzir os riscos de arritmias, aumenta a lipoproteína de alta densidade (HDL), diminui os triglicerídeos do plasma, reduz a agregação plaquetária e a pressão sanguínea. Além disso, os ácidos graxos são necessários para o crescimento e o desenvolvimento cognitivo. Ufa, muita coisa boa não!?

“Ok, nutri, sei que preciso ingerir ômega 3, mas só vale os dessas cápsulas?” Claro que não, o ideal é que você coma alimentos fontes com frequência. O ideal seria ter uma dieta rica em peixes ao invés da ingestão de suplementos. Até porque, ao comer peixes, você acaba diminuindo o consumo de carnes cheias de gorduras saturadas. Tente pelo menos ingerir duas porções por semana de peixes assados ou cozidos – os fritos, salgados ou defumados não são indicados.

Quando fica muito complicado ingerir esse nutriente de forma natural, aí, sim, vale investir nas tais cápsulas de ômega 3. Mas, cuidado, dosagens elevadas sem necessidade real podem reduzir a ação do HDL (“colesterol bom”) e dificultar a coagulação sanguínea. Por tudo isso, é altamente recomendável que você consulte sempre seu nutricionista ou seu médico antes de sair se enchendo de cápsulas ditas naturais.

 
Fonte: Jornal O Popular

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