Você sabia que o Hugol é referência no atendimento humanizado de queimaduras?
Fonte: Goiás Agora
A equipe multidisciplinar do Hospital de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira, em Goiânia, realiza durante toda essa semana uma série de palestras para alertar servidores, pacientes e a população em geral sobre os perigos de queimaduras domésticas e, principalmente, sobre o risco da brincadeira de pular fogueiras e o crime de soltar balões nesta época de festas juninas.
As dicas ensinam também como os adultos devem evitar a presença de crianças na cozinha, o uso de roupas de mangas longas e líquidos inflamáveis para acender churrasqueiras, entre outras situações potencialmente de risco. A queimadura exige atenção, principalmente porque além da dor, há o processo de internação e recuperação do paciente, que pode durar meses.
Para o supervisor médico da Unidade de Queimados, Fabiano Arruda, esse é um importante momento para conscientizar a população. “Na segunda-feira, dia 6, foi comemorado o Dia Nacional de Luta Contra Queimaduras”, enfatizou.
Como proceder
Camila de Sá, supervisora de enfermagem da Unidade de Queimados, alerta que, em caso de queimaduras, o ideal é “lavar a área atingida em água corrente em torneira ou chuveiro até a dor passar, não perfurar as bolhas, proteger a ferida com gaze estéril ou pano limpo, não ingerir medicamentos caseiros e procurar atendimento para evitar complicações e infecções”.
A Unidade de Queimados do Hugol conta com equipe médica (plástica, intensivista e clínico), enfermagem (enfermeiros e técnicos), multiprofissional (fisioterapia, terapia ocupacional, psicologia, fonoaudiologia e serviço social) e nutricionistas especializados e dedicados para o atendimento dos pacientes com queimaduras.
Conta ainda com aparelhos modernos, produtos e curativos específicos e agilidade para a realização de exames (imagem e laboratorial). A Unidade conta com 10 leitos de enfermaria e sete leitos de UTI, específicos para o atendimento de pacientes vítimas de queimaduras.
O médico Fabiano explica que o diferencial é o atendimento humanizado através de todas as equipes, que estão dedicadas à recuperação do paciente para sua reinserção na vida social. “Nesses 11 meses, temos avançado com resultados excelentes, inclusive em relação à abrangência, pois temos recebido pacientes de vários estados, não só de Goiás. E temos conseguido atender à demanda”, explica o cirurgião plástico.
Dos 11.732 procedimentos cirúrgicos realizados pelo Hugol, de julho de 2015 a maio de 2016, 2.403 são de cirurgias plásticas reparadoras, representando cerca de 20% da demanda cirúrgica do hospital.
Traumatologia pediátrica
As crianças vítimas de queimaduras são atendidas na Pediatria, sendo acompanhadas também pela equipe dessa Unidade. Elísio de Castro, supervisor médico da Pediatria do hospital, explica que grande parte dos acidentes ocorre no âmbito doméstico, no lar das crianças.
O médico alerta que é importante criar um ambiente seguro para as crianças, evitando potenciais riscos para a saúde dentro de casa. O Hugol possui dez leitos na Unidade de Terapia Intensiva pediátrica e outros dez leitos na clínica de internação pediátrica, que atendem a crianças dentro do perfil geral do hospital, vítimas de queimaduras e politraumatismos.
Casos emblemáticos
O vaqueiro Romero Rodrigues de Jesus, 31 anos, foi um dos pacientes da ala de Queimados do Hugol. Ele sofreu uma queda de um cavalo em agosto de 2015 e foi arrastado pelo animal, ocasionando queimaduras por todo o corpo, dentre outros ferimentos graves.
A história, que começou trágica, se tornou um exemplo de superação. O paciente foi submetido a uma série de procedimentos cirúrgicos e terapêuticos, sob os cuidados da equipe de Queimados. Graças ao êxito no tratamento, recebeu alta hospitalar no dia 23 de outubro e continuou sendo atendido na Unidade através dos retornos ambulatoriais periódicos com as equipes médicas e assistenciais.
A esposa, Ana Clara Sousa Lopes, relatou um pouco da experiência vivenciada. Enfática ao abordar a satisfação com a dedicação da equipe médica e multiprofissional, afirmou que “pelo jeito que ele tava, quando o vi pela primeira vez fiquei muito assustada, mas a equipe médica toda, a psicóloga, a assistente social, enfermeiros, técnicos, foram muito pacientes com a gente, tranquilizaram bastante”.
Referência nacional
Já o paciente Amaro Feitosa dos Santos, 57 anos, ficou internado por 114 dias, sendo um dos usuários com maior tempo total de internação. Ele perdeu o antebraço e ficou com 80% do couro cabeludo queimado devido a um choque elétrico de alta-tensão.
Por um tempo, Amaro e seus familiares se viram sem esperanças por não conseguirem atendimento especializado para o caso em Alagoas, até que a Secretaria de Saúde de seu Estado soube que em Goiás havia um novo hospital público tornando-se referência na assistência para queimados e solicitou o encaminhamento do paciente ao Hugol.
Com quase quatro meses de assistência, Amaro teve alta no dia 21 de dezembro de 2015, retornando para sua terra “com saudade, pois o atendimento foi muito bom”, como contou o eletricista. Mesmo após a alta, ele continuou sendo paciente da Unidade, vindo a Goiânia para retorno ambulatorial ao hospital. Para o médico cirurgião plástico, a convivência com o senhor Amaro proporcionou “grande aprendizado com suas dificuldades, angústias e sonhos”.
Essa relação médico-paciente, e com as equipes de enfermagem e multiprofissional, foi elogiada pelo alagoano, ao relatar que ficou surpreso ao receber a visita dos médicos todos os dias e, principalmente, após cada procedimento. “Os médicos são atenciosos, humildes e deixam os pacientes informados e confiantes”, explica o paciente.
Exemplo de determinação
Lucas Callif, 9 anos, ficou internado no hospital durante 123 dias. Drielly de Barros, mãe do pequeno paciente, conta que “a sensação no momento é como se tivesse acabado de dar à luz e estou levando meu filho pra casa. Ele nasceu de novo”. Lucas teve mais de 80% da área corpórea queimada, vítima de uma explosão de botijão de gás. Devido à gravidade do caso, metade do tempo de internação da criança deu-se na Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica.
De acordo com o médico Marcelo Ramos Noronha, pediatra da UTI do Hugol que acompanhou o tratamento, “o que chamava atenção no Lucas era sua determinação. Uma criança seguindo as orientações assistenciais, tentando se superar, cumprindo o plano terapêutico, sempre determinado”. A pediatra que acompanhou a alta de Lucas, Daniela Cassalho, conta que “quando ele entrou na fase de recuperação, foi melhorando um dia após o outro. E ele se superava a cada dia. O melhor foi a força de vontade que ele tinha de se recuperar. É uma satisfação muito grande dar alta para ele, andando, comendo, sem sequelas neurológicas”.
Mais informações: (62) 3270-6344